Hel
A mitologia nórdica é rica em personagens, lugares e eventos fascinantes, e um dos lugares mais interessantes é Helheim, o reino dos mortos na mitologia nórdica. Helheim é governado por Hel, a deusa da morte, que é frequentemente retratada como uma figura assustadora e sinistra. Neste texto, exploraremos a mitologia de Hel e Helheim, incluindo sua história, simbolismo e papel na cultura nórdica.
História de Hel e Helheim
A história de Helheim começa com a criação do universo na mitologia nórdica. Segundo a lenda, o universo começou com o abismo primordial de Ginnungagap, que se dividia em fogo e gelo. Do fogo surgiu Muspelheim, o reino do fogo, enquanto do gelo surgiu Niflheim, o reino do gelo. Entre os dois, uma terra intermediária foi criada, conhecida como Midgard, que é onde vivem os humanos.
No entanto, há um outro reino que é frequentemente esquecido quando se fala sobre a criação do universo: Helheim. Na mitologia nórdica, Helheim é o reino dos mortos, onde aqueles que não foram escolhidos para ir para o Valhalla ou para o campo de batalha acabam. O nome Hel é frequentemente associado à palavra “inferno”, mas na verdade sua origem é desconhecida. Hel é filha de Loki e da gigante Angrboda, e é frequentemente descrita como tendo metade do corpo humano e metade do corpo esquelético.
Helheim é um lugar sombrio e desolado, governado por Hel, a deusa da morte. A maioria das descrições de Helheim na mitologia nórdica é bastante sombria, com muitos descrevendo o reino como um lugar de frio, escuridão e tristeza. No entanto, também há algumas referências a Helheim como sendo um lugar de conforto e paz, onde os mortos podem descansar após suas vidas na Terra.
Simbolismo de Hel e Helheim
Hel e Helheim são ricos em simbolismo e significado na mitologia nórdica. Primeiramente, Hel é vista como uma figura de transição entre a vida e a morte. Ela é a guardiã dos mortos e é responsável por levar as almas dos mortos para o reino dos mortos. Na mitologia nórdica, a morte não é vista como um fim definitivo, mas como uma passagem para outro mundo, onde a alma continua a existir em outro lugar.
Além disso, Hel é vista como uma figura de justiça. Na mitologia nórdica, a vida após a morte é dividida em três lugares diferentes: Valhalla, onde os guerreiros que morrem em batalha vão; Fólkvangr, o reino da deusa Freyja, onde os guerreiros escolhidos por ela vão; e Helheim, onde todos os outros mortos vão. Enquanto Valhalla e Fólkvangr são vistos como lugares de honra e glória, Helheim é visto como um lugar sombrio e desolado. No entanto, é importante notar que Hel é vista como uma figura justa, que leva as almas dos mortos para o reino que elas merecem, independentemente de sua posição social ou de suas conquistas na vida.
Outro simbolismo importante em Helheim é o da dualidade. Assim como Hel é uma figura de transição entre a vida e a morte, Helheim é um lugar de dualidade, onde as almas dos mortos experimentam tanto o conforto quanto o sofrimento. Isso é representado pela própria Hel, que tem metade do corpo humano e metade do corpo esquelético, simbolizando a dualidade da vida e da morte.
Além disso, Helheim é frequentemente descrito como um lugar escuro e frio, simbolizando a escuridão e o desconhecido da morte. No entanto, também há referências a Helheim como sendo um lugar de paz e descanso, simbolizando a libertação do sofrimento da vida terrena.
Papel na cultura nórdica
Hel e Helheim desempenham um papel importante na cultura nórdica, tanto na mitologia quanto na literatura e na cultura popular moderna. Na mitologia nórdica, Hel e Helheim representam a dualidade da vida e da morte, a justiça e a transição da vida para a morte.
Na literatura, Hel e Helheim são frequentemente referenciados em obras como a Edda em prosa e a Edda poética, bem como na saga dos reis da Noruega. Na cultura popular moderna, Hel e Helheim são frequentemente retratados em jogos de vídeo, filmes e séries de TV, como a série de TV Vikings, onde Hel é retratada como uma figura sombria e assustadora.
A figura de Hel e a existência de Helheim também fornecem uma visão única sobre a espiritualidade nórdica e suas crenças sobre a vida após a morte. Embora a mitologia nórdica seja conhecida por sua violência e brutalidade, a existência de Hel e Helheim mostra que os antigos nórdicos também acreditavam em uma forma de justiça após a morte.
A figura de Hel também é interessante do ponto de vista histórico, pois ela é uma das poucas figuras femininas importantes na mitologia nórdica. Na cultura nórdica, as mulheres tinham um papel importante como curandeiras e sacerdotisas, e a figura de Hel pode ser vista como um reflexo dessa importância.
Além disso, a figura de Hel também pode ser interpretada como uma representação da morte em si. Embora a morte seja um tema sombrio e assustador em muitas culturas, na mitologia nórdica, a morte é vista como uma parte natural da vida, e a figura de Hel pode ser vista como uma representação da transição da vida para a morte.
No geral, a figura de Hel e a existência de Helheim são elementos fascinantes da mitologia nórdica que fornecem uma visão única sobre a espiritualidade nórdica e suas crenças sobre a vida após a morte. Além disso, a figura de Hel é interessante do ponto de vista histórico e cultural, pois destaca a importância das mulheres na cultura nórdica e fornece uma representação da morte como uma parte natural da vida.